segunda-feira, novembro 19, 2007

CONSCIENCIA NEGRA


























O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.
A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Apesar das várias dúvidas levantadas quanto ao caráter de Zumbi nos últimos anos (comprovou-se, por exemplo, que ele mantinha escravos particulares) o Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo brasileiro (1594).
Algumas entidades como o Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras. Procura-se evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade.
Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência neste dia são: inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, etc.
O dia é celebrado desde a década de 1960, embora só tenha ampliado seus eventos nos últimos anos; até então, o movimento negro precisava se contentar com o dia 13 de Maio, Abolição da Escravatura – comemoração que tem sido rejeitada por enfatizar muitas vezes a "generosidade" da princesa Isabel, ou seja, ser uma celebração da atitude de uma branca.
Vinte de novembro é o Dia Nacional da Consciência Negra. A data - transformada em Dia Nacional da Consciência Negra pelo Movimento Negro Unificado em 1978 - não foi escolhida ao acaso, e sim como homenagem a Zumbi, líder máximo do Quilombo de Palmares e símbolo da resistência negra, assassinado em 20 de novembro de 1695.
O Quilombo dos Palmares foi fundado no ano de 1597, por cerca de 40 escravos foragidos de um engenho situado em terras pernambucanas. Em pouco tempo, a organização dos fundadores fez com que o quilombo se tornasse uma verdadeira cidade. Os negros que escapavam da lida e dos ferros não pensavam duas vezes: o destino era o tal quilombo cheio de palmeiras.
Com a chegada de mais e mais pessoas, inclusive índios e brancos foragidos, formaram-se os mocambos, que funcionavam como vilas. O mocambo do macaco, localizado na Serra da Barriga, era a sede administrativa do povo quilombola. Um negro chamado Ganga Zumba foi o primeiro rei do Quilombo dos Palmares.
Alguns anos após a sua fundação,o Quilombo dos Palmares foi invadido por uma expedição bandeirante. Muitos habitantes, inclusive crianças, foram degolados. Um recém-nascido foi levado pelos invasores e entregue como presente a Antônio Melo, um padre da vila de Recife.
O menino, batizado pelo padre com o nome de Francisco, foi criado e educado pelo religioso, que lhe ensinou a ler e escrever, além de lhe dar noções de latim, e o iniciar no estudo da Bíblia. Aos 12 anos o menino era coroinha. Entretanto, a população local não aprovava a atitude do pároco, que criava o negrinho como filho, e não como servo.
Apesar do carinho que sentia pelo seu pai adotivo, Francisco não se conformava em ser tratado de forma diferente por causa de sua cor. E sofria muito vendo seus irmãos de raça sendo humilhados e mortos nos engenhos e praças públicas. Por isso, quando completou 15 anos, o franzino Francisco fugiu e foi em busca do seu lugar de origem, o Quilombo dos Palmares.
Após caminhar cerca de 132 quilômetros, o garoto chegou à Serra da Barriga. Como era de costume nos quilombos, recebeu uma família e um novo nome. Agora, Francisco era Zumbi. Com os conhecimentos repassados pelo padre, Zumbi logo superou seus irmãos em inteligência e coragem. Aos 17 anos tornou-se general de armas do quilombo, uma espécie de ministro de guerra nos dias de hoje.
Com a queda do rei Ganga Zumba, morto após acreditar num pacto de paz com os senhores de engenho, Zumbi assumiu o posto de rei e levou a luta pela liberdade até o final de seus dias. Com o extermínio do Quilombo dos Palmares pela expedição comandada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1694, Zumbi fugiu junto a outros sobreviventes do massacre para a Serra de Dois Irmãos, então terra de Pernambuco.
Contudo, em 20 de novembro de 1695 Zumbi foi traído por um de seus principais comandantes, Antônio Soares, que trocou sua liberdade pela revelação do esconderijo. Zumbi foi então torturado e capturado. Jorge Velho matou o rei Zumbi e o decapitou, levando sua cabeça até a praça do Carmo, na cidade de Recife, onde ficou exposta por anos seguidos até sua completa decomposição.
“Deus da Guerra”, “Fantasma Imortal” ou “Morto Vivo”. Seja qual for a tradução correta do nome Zumbi, o seu significado para a história do Brasil e para o movimento negro é praticamente unânime: Zumbi dos Palmares é o maior ícone da resistência negra ao escravismo e de sua luta por liberdade. Os anos foram passando, mas o sonho de Zumbi permanece e sua história é contada com orgulho pelos habitantes da região onde o negro-rei pregou a liberdade.
Desde 1990 eu ouço algumas palavras constantes que muitos irmãos e amigos falam como palavra de Ordem; Consciência, Ideologia, Revolução, Evolução. Mas isso não é colocado em prática, pelo menos não em larga escala ou que se faça por atingir um grande número de pessoas, tendo uma postura visível e melhoria real.Nesse mês de novembro, “comemorado” (esse num tom bem sarcástico) o dia da Consciência Negra, representada pela morte de Zumbi dos Palmares. Eu não vou me concentrar em escrever sobre a história de Zumbi, mas fazendo uma certa comparação entre Zumbi e Domingos Jorge Velho, na real, nada mudou entre os negros desde aquela época.A mentalidade ainda continua de escravo, de algumas formas. Uma quando o negro começa a partir de certo momento a se envolver cada vez mais com o boy (o boy não é branco, nem é rico, e não é boy por uma questão de dinheiro, e sim é pela atitude), desde esse primeiro momento o negro se torna uma marionete desse boy, não ganha nada em espécie, simplesmente cria uma ilusão de que um dia pode ganhar alguma coisa, dinheiro, status ou qualquer coisa do tipo. Na realidade, num vai ganhar nada, porque o boy se for ver mesmo vive de ser “poser”, compra um tênis, um blusão e te chama de mano. MANO? Você negrão periférico é MANO = IRMÃO de boy sustentado aos 20 e poucos anos pelos paisOutra é a mesma idéia de Domingos Jorge Velho, a atitude de um tentar de qualquer forma se sobrepor a outro. É uma espécie de circulo vicioso, a pessoa nasce, cresce e é escravizada pelo branco (digo isso em tempo real, HOJE), reclama, xinga, não quer aquela situação. Quando realmente consegue certa independência, por menor que seja, se torna o “esperto”, e escraviza ou pelo menos tenta escravizar outros “irmãos” – a real é que isso rola muito, mas não da muito certo, um preto escravizando o outro aqui não é lá coisa muito natural. Agora sobre a questão de pele, temos alguns nomes que são mais xingamentos do que qualquer coisa do tipo, o termo MULATO ou MULATA, tanto falado, acho que ainda não foi bem compreendido. No dicionário da língua portuguesa de Silveira Bueno, MULATO = filho de pai branco com mãe preta ou vice versa, homem escuro, trigueiro, mulo. MULO, no mesmo dicionário = Mu, Asno, Burro. Mulato ou Mulata, só serve pra rebolar o pandeiro mesmo, já que um asno ou burro não pensam, no máximo que podem fazer é rebolar e carregar peso. Nem vou comentar mais sobre esses adjetivos, que dá neurose.Se você pensa, que por ter recebido o adjetivo de MORENO, deixou de ser preto, existe um certo estudo de origem de palavras, baseado em sua raiz, é muito usado para saber de onde surgiram alguns termos. Palavras de línguas do oriente são bem mais fáceis de serem estudadas, pois as variações são enraizadas por outras palavras. Basicamente são estudadas 3 letras para se saber a raiz de cada palavras, no exemplo;MaRoonS (tribo africana, que lutou – e muito, pela independência na Jamaica juntamente com a Tribo Ashanti)MoRenoS (nome dado aos mestiços de negros e brancos na América do Sul)MooRS (os mouros ou sarracenos. Moors ou Mouro é o nome dado pelos Europeus aos Negros monoteístas de pele mais clara, já que a maioria era islâmica.)Finalizando a comparação entre Domingos Jorge Velho e Zumbi, ambos foram negros, sobreviventes e viverão conforme o seu tempo, a diferença, um lutou por toda uma comunidade, o outro pela própria sobrevivência, em pé de igualdade os dois mataram, os dois morreram... negros.

Pérola aos hipócritas - texto Jean wyllis





Pérola aos hipócritas!
O Fantástico anunciou com estardalhaço justificável: “Duas professoras de Campo Grande foram afastadas da escola pública onde trabalhavam porque se apaixonaram. Uma pela outra. Uma decisão polêmica e que, para muitos, tem nome: discriminação”. A matéria exibida ontem, dia 18 de novembro, não me causou espanto nem me chocou. Embora eu esteja, hoje, relativamente “blindado” da discriminação por causa da condição de “celebridade” e por ser considerado, antes, um homem inteligente e articulado, já fui discriminado e ofendido por conta de minha orientação sexual. E tenho vários amigos que também já o foram também. Mais: por ser um intelectual que sempre esteve próximo dos militantes, ouvi, destes, inúmeros casos de homossexuais que perderam empregos ou não foram admitidos em empresas e escolas por causa da orientação sexual. Portanto, nada de novo há no rugir das tempestades.Contudo, a matéria do Fantástico – e este é o papel de um jornalismo comprometido com a ampliação da cidadania – serviu para mostrar, aos brasileiros ingênuos ou crédulos ou alienados ou hipócritas, independentemente da orientação sexual, que, apesar do sucesso das Paradas do Orgulho Gay, a homofobia e os velhos preconceitos em relação aos homossexuais ainda vigoram no Brasil. Nós, homossexuais conscientes ou atentos ou bem-informados ou engajados, já sabíamos disso e, por isso, defendemos a existência de uma lei que torne crime a discriminação por orientação sexual. A falsa cordialidade e a caridade dos que nos detestam nunca nos convenceram!É certo que, hoje, a gente vive melhor do que nossos antecessores viviam há vinte anos: algumas liberdades civis foram conquistadas “na marra” pelos gays, travestis e lésbicas militantes - essa gente que dá a cara a tapa. Mas, apesar deste pequeno avanço, a homofobia permanece entranhada no caráter da maioria dos brasileiros (incluindo, aí, muitos homossexuais); escondida, porque covarde; porém, vigilante como uma ave agourenta, sequiosa da morte de sua presa. A declaração do prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, acerca do episódio é a materialização dessa homofobia a que me refiro e que se esconde na alma como um câncer se esconde no corpo antes de devorá-lo em metástase: “O que eu não concordei e jamais vou concordar é que uma situação como essa venha a ocorrer dentro da escola. Isso é inadmissível porque a escola é feita para ensinar e para aprender”. Esta declaração está em total acordo com a atitude da diretora da escola onde trabalhavam as duas professoras que se apaixonaram e com a decisão do corpo docente em demiti-las.Ora, se “a escola é feita para ensinar e aprender”, por que os alunos não podem aprender que existem homossexuais na vida? Por que devem crescer ignorantes da existência de homossexuais? Para discriminá-los no futuro quando descobrirem que os homossexuais são milhões e estão em toda parte? Sim, pois essa tentativa de condenar os homossexuais à invisibilidade ou à morte simbólica só serve para perpetuar os velhos preconceitos em relação a gays, lésbicas e travestis.Será que a diretora, o corpo docente e o prefeito de Campo Grande imaginam que o fato de um professor ser homossexual assumido vai influenciar o aluno a praticar a homossexualidade ou a assumir a identidade gay? Se sim, quero informá-los de que o fato de eu ter tido apenas professores heterossexuais ao longo de minha vida escolar não me influenciou a ser heterossexual nem me impediu de me tornar gay.Ora, o prefeito de Campo Grande não pode se esquecer de que a grande maioria dos homossexuais nasceu de pais heterossexuais e, com estes, conviveu boa parte de sua vida – o que não a impediu de se orientar para a homossexualidade. Se o prefeito fosse inteligente e pensasse um pouco não daria tais declarações; preocupar-se-ia, antes, em reciclar os professores da rede municipal de ensino de modo que eles abandonassem seus velhos preconceitos– frutos da ignorância e da desinformação – em relação à homossexualidade e, assim, deixassem de apodrecer as cabeças de seus alunos.Mas, o que mais me chocou na declaração de Nelson Trad Filho foi sua insistência em negar que fora preconceituoso e homofóbico em relação às duas professoras demitidas porque lésbicas: “Não houve, não vai haver nenhuma atitude ou ação discriminatória, tampouco preconceituosa em relação a esses fatos”. Esta é a postura da maioria: as pessoas praticam a discriminação, mas, não querem assumir o ônus de suas ações; não querem levar a pecha de preconceituosos porque “pega mal” diante do politicamente correto.Não há racismo no Brasil porque, aqui, os racistas não se assumem como tais nem dão conotação racista a suas práticas discriminatórias. Da mesma maneira, não há homofobia porque os homofóbicos estão sempre buscando justificativas ou inventando razões para suas práticas fascistas. Fingem tolerância e cordialidade em relação a negros e homossexuais e distribuem discursos demagógicos e cínicos em jornais e tevê, mas, por dentro, têm as almas consumidas por racismo e homofobia em metástase: a postura do prefeito de Campo Grande se parece com a dos intelectuais e formadores de opinião que, em artigos publicados na Folha de São Paulo e n’O Globo, têm se posicionado contra o projeto de lei que torna crime a discriminação por orientação sexual. Fariseus hipócritas! Mas eu tratarei do assunto e darei nome aos bois – que me perdoem os bois - no o próximo texto.
Texto de Jeans willis